Desdobramento da Lava-Jato avalia recursos enviados à Suiça e Panamá
RIO – A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira a Operação Étimo, que investiga esquema de desvio e lavagem de dinheiro no Rio Grande do Sul. A ação, um desdobramento da Lava-Jato, é primeira do gênero no estado. Dentre os inestigados, estão dois irmãos acusados de desvio e lavagem de R$30 milhões, obtidos via contratos fictícios, despachados para Suíça e Panamá.
A Polícia Federal informou apenas que o desvio de dinheiro público ocorria em obras rodoviárias. Os nomes relacionados às empresas e aos executivos alvos da operação não foram divulgados. Segundo o jornal Zero Hora, no entanto, os dois irmãos são Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro (doleiro) e Athos Albernaz Cordeiro (engenheiro).
O delegado da PF Alexandre Isbarrola explicou que as empreiteiras pagavam contribuições sindicais calculadas em percentual sobre o valor das obras, algo incomum e que chamou a atenção para a movimentação financeira das empreiteiras:
— Empreiteiras ligadas a entidades associativas pagavam contribuições sindicais calculadas em percentual sobre o valor das obras, o que já chama atenção, porque é algo incomum. Essas entidades firmavam contratos de assessoria com empresas de fachada, que então faziam o escoamento do dinheiro através de saques em espécie em grande valor, e em movimentações em contas no exterior abertas por empresas de fachadas que eram operadas por pessoas que trabalham como doleiros. — disse, completando: — Então é exatamente o mesmo desenho descoberto na Lava-Jato, com a novidade das entidades associativas.
Além da capital gaúcha, a operação Étimo também aconteceu em Canoas e Glorinha, na região metropolitana de Porto Alegre, além de uma ação de busca em Brasília.
A chefe da investigação, a delegada Ilienara Cristina Karas, informou ainda que foram autorizados pela Justiça Federal o sequestro de bens e a quebra do sigilo dos investigados.
— Esperava-se encontrar R$ 2 milhões, mas ficou aquém do esperado. Não tenho informação de quanto foi recolhido, as equipes estão nas ruas — disse a delegada, esclarecendo que o sequestro de bens foi pedido apenas para valores em espécie, o que acontece “quando são empresas, pessoas, que têm patrimônio considerável”.
O braço da Lava Jato deflagrado no RS vem na esteira da 26ª fase da operação Lava-Jato, a Operação Xepa, realizada em março de 2016, quando foram cumpridos 108 mandatos de busca. A partir das informações obtidas pela PF nessa época, ligações entre lavagem de dinheiro e grandes empreiteiras foram suficientes para prender um empresário em Porto Alegre. A origem desses recursos e seu paradeiro são motivos da operação desta quarta-feira.
O nome da operação de hoje é referência à origem das informações que possibilitaram o aprofundamento das investigações. Étimo é um termo que exprime a ideia de origem, que serve de base para uma palavra, a partir da qual se formam outras.
Desdobramento da Lava-Jato avalia recursos enviados à Suiça e Panamá
RIO – A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira a Operação Étimo, que investiga esquema de desvio e lavagem de dinheiro no Rio Grande do Sul. A ação, um desdobramento da Lava-Jato, é primeira do gênero no estado. Dentre os inestigados, estão dois irmãos acusados de desvio e lavagem de R$30 milhões, obtidos via contratos fictícios, despachados para Suíça e Panamá.
A Polícia Federal informou apenas que o desvio de dinheiro público ocorria em obras rodoviárias. Os nomes relacionados às empresas e aos executivos alvos da operação não foram divulgados. Segundo o jornal Zero Hora, no entanto, os dois irmãos são Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro (doleiro) e Athos Albernaz Cordeiro (engenheiro).
O delegado da PF Alexandre Isbarrola explicou que as empreiteiras pagavam contribuições sindicais calculadas em percentual sobre o valor das obras, algo incomum e que chamou a atenção para a movimentação financeira das empreiteiras:
— Empreiteiras ligadas a entidades associativas pagavam contribuições sindicais calculadas em percentual sobre o valor das obras, o que já chama atenção, porque é algo incomum. Essas entidades firmavam contratos de assessoria com empresas de fachada, que então faziam o escoamento do dinheiro através de saques em espécie em grande valor, e em movimentações em contas no exterior abertas por empresas de fachadas que eram operadas por pessoas que trabalham como doleiros. — disse, completando: — Então é exatamente o mesmo desenho descoberto na Lava-Jato, com a novidade das entidades associativas.
Além da capital gaúcha, a operação Étimo também aconteceu em Canoas e Glorinha, na região metropolitana de Porto Alegre, além de uma ação de busca em Brasília.
A chefe da investigação, a delegada Ilienara Cristina Karas, informou ainda que foram autorizados pela Justiça Federal o sequestro de bens e a quebra do sigilo dos investigados.
— Esperava-se encontrar R$ 2 milhões, mas ficou aquém do esperado. Não tenho informação de quanto foi recolhido, as equipes estão nas ruas — disse a delegada, esclarecendo que o sequestro de bens foi pedido apenas para valores em espécie, o que acontece “quando são empresas, pessoas, que têm patrimônio considerável”.
O braço da Lava Jato deflagrado no RS vem na esteira da 26ª fase da operação Lava-Jato, a Operação Xepa, realizada em março de 2016, quando foram cumpridos 108 mandatos de busca. A partir das informações obtidas pela PF nessa época, ligações entre lavagem de dinheiro e grandes empreiteiras foram suficientes para prender um empresário em Porto Alegre. A origem desses recursos e seu paradeiro são motivos da operação desta quarta-feira.
O nome da operação de hoje é referência à origem das informações que possibilitaram o aprofundamento das investigações. Étimo é um termo que exprime a ideia de origem, que serve de base para uma palavra, a partir da qual se formam outras.
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