2088/2016
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 19 de Outubro de 2016
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A testemunha PAULO AUGUSTO DE SOUSA FERNANDES
D - Não sei, porque a parte que eu trabaçhava eu já recebia o
esclareceu (passo, a transcrever as perguntas do Promotor -
produto, eu requisitava no almoxarifado então todo processo de
indicada por "M" e "M2"- e as respostas da testemunha - como "D" -
compra já tinha sido feito.
), verbis:
M - Então quem fornecia você não tinha conhecimento?
"M - Paulo Augusto, o senhor trabalha no setor de quimioterapia do
hospital Araújo Jorge?
D - Não, não tinha conhecimento.
D - Isso, hoje eu estou lotado em outro setor, mas trabalhei durante
M - Verdade que chegou a acontecer de diminuir a dosagem pra
muito tempo no setor dequimioterapia.
que outros pacientes também pudessem ser...
M - Você que preparava a quimioterapia? Que administrava os
D - Sim, aconteceu porque... muita das vezes a quantidade era
pacientes?
insuficiente pras manipulações e... nesses casos a gente, nós
recorríamos ao empréstimo, nós pegávamos medicamento
D - Sim, é... na época nos tinhamos técnicas de enfermagem que
emprestado nas outras instituições pra que todos os pacientes
faziam a manipulação em si, mas eu era o responsável, eu era o
viessem a fazer o tratamento, acontece que em outras
supervisor da manipulação.
circunstâncias nós não conseguíamos o empréstimo, por
vários motivos, às vezes porque a empresa também não tinha
M - E você que requisitava do almoxarifado os quimioterápicos?
pra nos emprestar, ou porque a gente já estava devendo muito,
e então chegava uma quantidade x de paciente que precisava
D - Isso.
de fazer medicamento e a gente acabava reduzindo a dose pra
caa paciente pra que todos fizessem, porque... na nossa visão
M - Havia falta de medicamentos de quimioterapia?
técnica a gente entendia que pelo menos fizesse pouco do que não
fizesse né.
D - Sim.
M - A redução dessa dosagem podia comprometer o
M - E isso era constante?
tratamento?
D - Constante.
D - Comprometia o tratamento, com certeza, mas a gente não
tinha a quantidade suficiente no estoque e a gente acabava tendo
M - A direção da associação tinha ciência dessa falta constante
que fazer isso em algumas circunstâncias.
de quimioterápicos?
M - A presidente, dona Criseide tinha conhecimento desse
D - Tinha ciência.
fato?
M - A presidente da associação tinha conhecimento disso?
D - Eu acredito que sim.
D - Tinha conhecimento.
M2 - De quem que partia essa orientação pra diminuir a dosagem
dos medicamentos quimioterápicos, médicos de quem
M - A respeito do medicamento gleevec, era constante a falta
especificamente?
desse medicamento?
D - Não, essa decisão muitas das vezes partia de nós mesmos da
D - Era constante.
área técnica, porque a gente não tinha muito a quem recorrer,
porque faltava medicamento a gente tentava o máximo possível
M - E você sabe de que empresa era adquirido esse medicamento?
agilizar pra conseguir que os pacientes fizessem o tratamento, mas
nem sempre a gente conseguia.
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